As discussões sobre temas relacionados a sustentabilidade têm sido recorrentes e cada vez mais o termo vem acompanhado das questões de investimentos e agentes financeiros.
Vemos que o termo sustentabilidade está inserido no consciente coletivo da sociedade.
Desde o ato de separar o lixo doméstico e respeitar as diferenças e meio ambiente, até os ajustes no processo industrial para utilização eficiente dos recursos naturais. Essas questões nada mais são do que a consequência do maior engajamento da sociedade na busca por melhores condições de vida.
Diante da tendência das nações por um cenário de redução dos impactos ambientais por parte das corporações, a sustentabilidade passou a ser um mercado em consolidação com as chamadas finanças verdes.
Neste artigo você conhecerá qual a relação entre as ações corporativas para mitigar impactos socioambientais e as oportunidades financeiras que tais ações criam.
Índice
Qual a relação entre sustentabilidade e agentes financeiros?
Instituições financeiras têm oferecido aporte financeiro às empresas que praticam a sustentabilidade ESG, por meio de financiamentos e investimento nos títulos verdes.
Interessante notar que todas as esferas econômico-sociais foram afetadas diretamente pelas mudanças provenientes das boas práticas de sustentabilidade ESG. Relações sociais, trabalhistas e produtivas foram impactadas positivamente pela implementação, difusão e desenvolvimento destas medidas.
Podemos destacar os agentes financeiros tradicionais – bancos comerciais, bancos de fomento e desenvolvimento, agências de crédito à exportação e multilaterais – que também adotaram regras e procedimentos para se enquadrar neste cenário.
Um bom exemplo proveniente da mudança climática e seus efeitos sobre o setor financeiro foi apresentado pelo Financial Stability Board (FSB) com o objetivo de melhorar o reporte deste impacto na divulgação de informações financeiras – tendência que pode ser observada pela recente reunião do G7 em junho de 2021 no Reino Unido.
Com base neste documento, podemos destacar o objetivo do TCFD: “O Conselho de Estabilidade Financeira (FSB) estabeleceu o “Task Force on Climate-related Financial Disclosures” (TCFD) para desenvolver recomendações para divulgações mais eficazes relacionadas ao clima que poderiam promover decisões mais informadas de investimento, crédito e subscrição de seguros e, por sua vez, permitir que as partes interessadas compreender melhor as concentrações de ativos relacionados ao carbono no setor financeiro e as exposições do sistema financeiro aos riscos relacionados ao clima”.
Além disso, conforme relatório de recomendações da TCFD relativo a divulgações financeiras, “É amplamente reconhecido que a emissão contínua de gases de efeito estufa causará um aquecimento adicional da Terra e que o aquecimento acima de 2° Celsius (2°C), em relação ao período pré-industrial, poderia levar a consequências econômicas e sociais catastróficas. A natureza em larga escala e a longo prazo do problema torna-o exclusivamente desafiador, especialmente no contexto da tomada de decisões econômicas. Além disso, a compreensão atual do potencial de riscos financeiros advindos das mudanças climáticas — para empresas, investidores e o sistema financeiro como um todo – ainda está em um estágio inicial”.
Quais as consequências do impacto de divulgação das ações de ESG na vida financeira de uma empresa?
Uma tendência observada no mercado global é a divulgação de informações por parte das empresas sobre o impacto financeiro das ações de ESG na vida financeira da corporação.
Receitas
Transição e riscos físicos podem afetar demanda por produtos e serviços. Organizações devem considerar o impacto potencial sobre as receitas e identificar oportunidades potenciais para melhorar ou desenvolver novas receitas.
Em função do provável crescimento dos preços de carbono como um mecanismo para regular as emissões, é importante para indústrias afetadas considerar os impactos potenciais de tais preços nas receitas.
Despesas
Fornecedores de menores custos podem ser mais resistentes a mudanças em questões relacionadas com o clima e mais flexíveis em sua capacidade de lidar com tais questões. A resiliência de tais planos deve ser considerada tendo em mente flexibilidade das organizações para mudar de capital e da disposição do mercado de capitais para financiar organizações expostas a atividades relacionadas a riscos climáticos. A transparência desses planos pode fornecer maior acesso ao mercado de capitais e melhorar condições de financiamento.
Ativos & Passivos
Mudanças nas políticas, tecnologia, e dinâmicas de mercado relacionadas às mudanças climáticas poderiam afetar a valorização de ativos e passivos.
Capital e fontes de financiamento
Riscos relacionados ao clima e oportunidades podem mudar o perfil de dívida e patrimônio da organização. Pode ocorrer também aumento dos níveis de dívida para compensar fluxos de caixa operacionais reduzidos ou gastos adicionais com P&D.
Também pode afetar a capacidade de levantar novas dívidas ou o apetite dos agentes para o refinanciamento, reduzindo o prazo das linhas de financiamento disponíveis para a organização.
Vantagens da sustentabilidade ESG para as empresas
Como resultado desta iniciativa global, além das oportunidades que se criam nas áreas de investimentos e financiamentos para as empresas, verifica-se ainda outros benefícios gerados pela iniciativa climática, tais como:
Eficiência energética
Uso de técnicas avançadas, máquinas modernas, manejo consciente e reaproveitamento de água, uso de veículos elétricos e muitas outras que impulsionam investimentos, criam tecnologias com efeito direto no aumento de produtividade.
Fonte crescente de energia renovável
Volumes elevados de investimentos gerando emprego e renda, tendência de queda no uso de energia fóssil, redução de emissões com impactos no clima.
Produtos e serviços verdes
Turismo, alimentos, roupas, mobilidade urbana e reciclagem são alguns exemplos de setores que podem ser beneficiados com a adoção destas boas práticas socioambientais.
Esperamos que este artigo possa ter sanado algumas das suas dúvidas sobre a questão da relação entre sustentabilidade e agentes financeiros.
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